Resumo
Este ensaio sugere comparações entre as teorias de conspiração e a literatura de escape no contexto da preocupação cristã com as palavras edificantes. Para isso, faz uso dos dois critérios literários de Perrine e recorre às teorizações sobre a literatura em geral, especialmente as de Compagnon. O ensaio considera o grande apelo das teorias de conspiração e percebe que é comensurável ao da literatura de escape. Por isso, propõe que as teorias de conspiração representam certa evolução desde a literatura de escape, pois conseguem criar fantasias abrangentes que ultrapassam as páginas dos livros e se imiscuem na vida das pessoas, angariando sua cumplicidade para a figuração do mundo.
Referências
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. Bauru: Via Leitura, 2021.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. (Coleção Ensino Superior).
CARROLL, L. Alice no país das maravilhas e através do espelho. Barueri: Novo Século, 2023.
COMPAGNON, A. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
DENTITH, M. The philosophy of conspiracy theories. New York: Palgrave Macmillan, 2014.
ECO, U. Leitura do texto literário: lector in fabula: a cooperação interpretativa dos textos literários. Lisboa: Presença, 1983.
GULYAS, A. Conspiracy theories: the roots, themes and propagation of paranoid political and cultural narratives. Jefferson, NC: McFarland & Company, 2016.
HODAPP, C.; KANNON, A. Conspiracy theories & secret societies for dummies. Hoboken, NJ: Wiley, 2008.
HOFSTADTER, R. The paranoid style in American politics. Harper’s Magazine, 1964. Disponível em: https://harpers.org/archive/1964/11/the-paranoid-style-in-american-politics/. Acesso em: 10 jun. 2024.
KOCH, I.; ELIAS, V. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
MENCKEN, H. A Mencken chrestomathy. New York: Alfred A. Knopf, 1949.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
PERRINE, L. Literature: structure, sound and sense. 6. ed. Fort Worth: Harcourt Brace, 1993.
RAMSAY, R. Conspiracy theories. Harpenden: Pocket Essentials, 2006.
WEST, M. Escaping the rabbit hole: how to debunk conspiracy theories using facts, logic, and respect. New York: Skyhorse, 2018.
WOLFE, T. You can’t go home again. New York: Scribner, 2011.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Kerygma