Crimes de sangue vingados em sete taças: Apocalipse 17 como explicação da quinta e da sexta pragas
DOI:
https://doi.org/10.19141/1809-2454.kerygma.v20.n1.pe1682Palavras-chave:
Babilônia, Juízo, Pragas, Estrutura literária, ApocalipseResumo
Os intérpretes em geral consideram que a Babilônia é lembrada por Deus no transcurso da sétima taça da ira (cf. Ap 16:19). Após isso, então, Deus derramaria sobre ela a sua ira. No entanto, segundo Apocalipse 15:1 e 16:17, a ira de Deus é completamente satisfeita ao longo das seis primeiras taças e ao derramar da sétima “pelo ar”. Antes mesmo das teofanias da sétima taça, Deus se declara satisfeito com a execução de seus juízos, com a declaração “Feito está!” (Ap 16:17). Além disso, na leitura mais corrente dessa unidade textual, Deus teria se lembrado da Babilônia para lhe dar o cálice da ira após a “grande cidade” se dividir em três partes, ou ser de todo destruída, o que sugeriria um anacronismo nessa seção (Ap 16:17-21). Questões de estrutura e aspectos linguísticos devem ser analisados a fim de se esclarecer o sentido da visão de Apocalipse 17 após as sete pragas, e que relação esse relato mantém com a visão das sete pragas (Ap 16). Este artigo emprega uma metodologia exegética com análise estrutural na busca de mais respostas para estas questões. A hipótese defendida aqui é de que Apocalipse 17 não relata um evento posterior nem um desdobramento da sétima taça, mas uma explicação das pragas quinta e sexta.Downloads
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