O uso da força na narrativa de João Batista em Mateus 11
DOI:
https://doi.org/10.19141/1809-2454.kerygma.v16.n2.p59-74Palavras-chave:
João Batista, Evangelho de Mateus, Violência, Crítica narrativa, Mark Allan PowellResumo
Este ensaio enfoca a interpretação de Mateus 11:12, um conhecido dilema nos estudos mateanos. O verso, dependendo do jeito como os termos gregos biazō e biastēs são traduzidos, pode significar tanto “o Reino de Deus sofre violência” quanto “o Reino de Deus é tomado à força”. O artigo examina a passagem usando as lentes da crítica narrativa. Nos estudos bíblicos, a crítica narrativa surge como uma proposta literária de interpretação bíblica. Com uma visão centrada no texto, essa abordagem tem se provado ser significativa no estudo das narrativas bíblicas. O presente trabalho aplica o método de crítica narrativa proposto por Powell (1990) ao texto de Mateus 11:2-19, classificando elementos narrativos como cenários, personagens e eventos. O estudo também se utiliza de ferramentas exegéticas e linguísticas como proposto por Powell (1990), a fim de fornecer uma compreensão complementar de Mateus 11:12.
Downloads
Referências
ALBRIGHT, W. F.; MANN, C. S. Matthew. 2. ed. Garden City: Doubleday, 1981. (The Anchor Bible, v. 26).
BARNES, A. Notes on the New Testament, Explanatory and Practical. Grand Rapids: Baker, 1949.
BATES, M. W. Cryptic codes and a violent king: a new proposal for Matthew 11:12 and Luke 16:16-18. The Catholic Biblical Quarterly, v. 75, n. 1, p. 74-93, 2013.
BAUER, D. R. The major characters of Matthew’s story: their function and significance. Interpretation, v. 46, n. 4, p. 357-367, 1992. https://doi.org/10.1177/002096439204600404
BAUER, W. et al. A Greek-English lexicon of the New Testament and other early Christian literature. Chicago: University of Chicago Press, 2000.
BOWENS, L. M. The role of John the Baptist in Matthew’s Gospel. Word & World, v. 30, n. 3, p. 311–318, 2010.
BOLER, M. The violence of autonomy: the significance of Matthew 11: 12 in Flannery O’Connor’s The Violent Bear It Away. The Heythrop Journal, v. 61, n. 3, p. 483-493, 2020.
CHATMAN, S. B. Story and discourse: narrative structure in fiction and film. Nova York: Cornell University Press, 1980.
CHRYSOSTOM, J. In: SCHAFF, P.; WACE, H. (Eds.). A selected library of the Nicene and PostNicene Fathers of the Christian church: first series, v. 14. Grand Rapids: Eerdmans, 2001.
CLEMENT. In: ROBERTS, A.; DONALDSON, J. (Eds.). The Ante-Nicene Fathers: translations of the writings of the Fathers down to A.D. 325, v. 2. Grand Rapids: Eerdmans, 2001.
COLLINS, B. J. The SBL handbook of style: for Biblical studies and related disciplines. Peabody: Hendrickson, 2014.
DOYLE, R. Matthew 11:12: a challenge to the evangelist’s community. Colloquium, v. 18, n. 1, p. 20-30, 1985.
FOWLER, R. M. Who is “the reader” in reader response criticism. Semeia, v. 31, n. 1, p. 5-23, 1985.
FRANCE, R. T. The Gospel of Matthew. Grand Rapids: Eerdmans, 2007.
FRIBERG, T. Analytical lexicon of the Greek New Testament. Bloomington: Trafford Publishing, 2005.
GREGORY, N. In: SCHAFF, P.; WACE, H.; (Ed.). A selected library of the Nicene and Post-Nicene Fathers of the Christian church: Grand Rapids: Eerdmans, 2001.
HAGNER, D. A. Matthew 1-13. Nashville: Thomas Nelson, 1995. (Word Biblical Commentary, v. 33a).
HENDRIKSEN, W.; KISTEMAKER, S. J. New Testament commentary. 14. ed. Grand Rapids: Baker, 2004.
IRINEU DE LIÃO. Contra as heresias. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2016. (Patrística, v. 4).
JEROME, E. S. In: SCHAFF, P.; WACE, H. (Eds.). A selected library of the Nicene and Post-Nicene Fathers of the Christian church: second series, v. 6. Grand Rapids: Eerdmans, 2001.
KEENER, C. S. Comentário histórico cultural da Bíblia: Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2017.
MARGUERAT, D.; BOURQUIN, Y. Para ler as narrativas bíblicas: iniciação à análise narrativa. São Paulo: Loyola, 2009.
MEIER, J. P. John the Baptist in Matthew’s Gospel. Journal of Biblical Literature, v. 99, n. 3, p. 383-405, 1980. https://doi.org/10.2307/3265373
MOORE, E. BIAZω, AP∏AZω and cognates in Josephus. New Testament Studies, v. 21, n. 4, p. 519-543, 1975. https://doi.org/10.1017/S0028688500010018
NEWMAN, B. M.; STINE, P. C. A handbook on the Gospel of Matthew. Nova York: United Bible Societies, 1992.
NICHOL, F. D. (Ed.). Comentário bíblico adventista do sétimo dia: Mateus a João. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. (Série Logos, v. 5).
NOLLAND, J. The Gospel of Matthew: a commentary on the Greek text. Grand Rapids: Eerdmans, 2005.
POWELL, M. A. What is narrative criticism? mineápolis: Fortress, 1990.
POWELL, M. A. Literary approaches and the Gospel of Matthew. In: Powell, M. A. (Org.). Methods for Matthew. Cambridge: Cambridge University Press, 2009. p. 44-82.
QUARLES, C. L. Exegetical guide to the Greek New Testament: Matthew. Nashville, Tennessee: B. & H. Academic, 2017.
RAHLFS, A. Septuaginta: duo volumina in uno. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2006.
RESSEGUIE, J. L. Narrative criticism of the New Testament: an introduction. Grand Rapids: Baker, 2005.
RHOADS, D. M.; SYREENI, K. Characterization in the gospels: reconceiving narrative criticism. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.
SCHRENK. G. Biazomai, Biastes. In: KITTEL, G.; FRIEDRICH, G. (Eds.). Theological dictionary of the New Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1964. v. 1, p. 609-614.
SCHOLTZ, J. J. One Messiah, two advents, three forerunners: the chiastic structure of Matthew 11:2-17:13. In die Skriflig, v. 50, n. 1, p. 1-10, 2016. https://doi.org/10.4102/ids.v50i1.2125
TAYLOR, C. F. Violence and Matthew: a reconsideration of Matthew 11:12. Dissertação (Mestrado en Teologia), Southern Baptist Theological Seminary, 2007.
TURNER, D. L. Matthew. Grand Rapids: Baker Academic, 2008. (Baker Exegetical Commentary on the New Testament).
VOGELS, W. Performers and receivers of the kingdom. a semiotic analysis of Matthew 11, 2-15. Science et esprit, v. 42, n. 3, p. 325-336, 1990.
WILKINS, M. J. Matthew. Grand Rapids: Zondervan, 2004. (The NIV Application Commentary).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Kerygma

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Kerygma devem concordar com os seguintes termos:
- Uma vez aceitos para a publicação, os direitos autorais dos artigos são automaticamente transferidos à Kerygma.
- Todo material utilizado no texto que possua direitos autorais de terceiros devem estar devidamente referenciados.
- Os autores também devem deter os direitos de reprodução das imagens e tabelas em seu material, caso seja necessário.
- Os autores garantem que o texto submetido é de sua inteira autoria e não foi submetido e/ou publicado em nenhum outro local.
- As opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da Kerygma;
- É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Essa licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalhopara fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
- Os autores concordam com a reprodução livre de seu material pela Kerygma, que poderá adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar, traduzir e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Os autores concordam que a Kerygma pode distribuir os artigos mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite acesso ao usuário em tempo e lugar determinados, seja por vias gratuitas ou por sistemas que importem pagamento. A Kerygma poderá ainda incluir o trabalho em banco de dados, físico ou virtual, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, em sistema de nuvem, microfilmar e demais formas de arquivamento atuais ou que ainda possam ser desenvolvidas, com ou sem fins lucrativos.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento na nova publicação que o artigo foi publicado originalmente nesta revista.
- A Kerygma é detentora dos direitos de todos os trabalhos publicados por ela. A reprodução integral desses textos em outras publicações, para qualquer outra finalidade, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. O mesmo serve para reproduções parciais, como resumo, abstract, porções com mais de 500 palavras do texto, tabelas, figuras, ilustrações etc.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja “The effect of open access and downloads ('hits') on citation impact: a bibliography of studies”).