Resumo
Em 27 de março de 2020, período que marcou o início da pandemia de covid-19, e próximo da Páscoa, data importante para os católicos, o papa Francisco presidiu uma bênção extraordinária urbi et orbi diante de uma praça de São Pedro vazia. Um gesto que se tornou símbolo da transformação da experiência espiritual e comunicacional nos anos seguintes. Este artigo analisa como a celebração evidenciou a incorporação das lógicas midiáticas pelo campo religioso e desencadeou debates em torno da expressão “papa reza sozinho”. O recorte contempla a cobertura jornalística e os comentários de fiéis nas mídias sociais, observando os sentidos em circulação entre as instâncias midiáticas e religiosas. A reflexão se fundamenta nas discussões sobre midiatização (Braga, 2006; Gomes, 2017) e circulação (Verón, 2013; Fausto Neto, 2013), compreendendo a pandemia como um momento em que os rituais católicos foram ressignificados e novas formas de presença simbólica emergiram.
Referências
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