Resumo
O artigo propõe refletir sobre as taxonomias das microagressões online discutidas por Tynes et al. (2019) e Silva (2022), compreendendo-as como operações necropolíticas que participam ativamente da gestão da morte e da deslegitimação da vida negra. A análise se ancora em dois percursos de pesquisa. O primeiro investigou comentários sobre o assassinato de Edson Ribeiro, segurança negro morto em Divinópolis (MG), nos quais a dimensão racial foi sistematicamente negada. O segundo percurso examinou comentários a respeito do assassinato de Thiago Menezes, adolescente negro morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, em que a criminalização e a negação das realidades raciais emergiram como eixos discursivos centrais. A partir do diálogo entre esses percursos, o artigo sustenta que as microagressões online funcionam como engrenagens discursivas da necropolítica, atualizando formas de relativizar, negar ou condicionar a dignidade da vida negra.
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